sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Os conquistadores...




Oh mar…
Que tantas Naus açoitaste
Tantas vidas arrebataste
Aos aventureiros navegadores
Romperam as tempestades mais violentas
Dobraram o Cabo das Tormentas
Mas eram Portugueses e Conquistadores!

Povo de grande valentia
Que te fizeste ao mar com mestria
Arriscando a vida sem temor
Com quinze homens apenas
Barca de um só mastro e almas serenas
Passaram o Cabo Bojador

Cabo do medo até então chamado
Foste p’los Portugueses alcançado
E aí desfeitos todos os mitos
Corajoso e determinado
Povo d’um Portugal à beira-mar plantado
Desta Nação de tantos feitos bonitos

Oh mar…
Q’uinda hoje planeias fazer-nos frente
Em tudo o que nos propomos a alcançar
Não olvides que somos Portugueses
Conquistadores e aventureiros
E é o fado n’alma que nos faz lutar, lutar, lutar…



Paula Martins
 15/07/2016

Velório...




Fui entrando lentamente
Como quem não sente
Nem quer sentir
Num ambiente pesado
Sentou-se a lágrima ao meu lado
E num abraço apertado
Pediu-me para não a deixar partir

Ali nada fazia sentido
E naquele ensejo tamanho pedido?
Eu já nem me conhecia…
Entrou a sorte que não me falou
Acompanhada do sorriso que me ignorou
Vestido de morte também se sentou
E eu ali na minha agonia…

Mas quem é ela? Quem não deixo partir?
Se eu só entrei por não saber sorrir
Ninguém me respondia…
Quem és tu? Oh desgraçada
Que estás pr’aí deitada
E em negrume açoitada
Neste sítio que não tem luz do dia

A lágrima mais uma vez me abraçou
E ao meu ouvido segredou:
Este sítio que não tem luz do dia
É o velório da tua alegria…


Paula Martins

18/05/2016

Avé Maria...





Rogai por nós oh Virgem Maria
Enche-nos de graça e de luz
Alivia todos os nossos sofrimentos
Intercedendo junto ao Teu filho Jesus

São muitos os perigos que nos ameaçam
Muita dor e tantos espinhos
Neste mundo que nos assusta
Dai-nos a visão dos melhores caminhos

Acompanha-nos oh Virgem Santíssima
Nossa prece é um grito de dor
Protege as crianças, jovens e velhos
E cobre-nos com o teu manto de Amor...

Avé - Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito o fruto do vosso ventre, Jesus.Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen.


Paula Martins

06/05/2016

A máquina...




Ai selva que te governas por predadores
Onde o sufoco asfixia as nossas dores
E o ar que se respira está contaminado
Máquina alimentada p’la corrupção
Sem reconhecimento piedade ou coração
Pelos sérios que não cantam o teu fado

O desespero, revolta e a raiva sentida
Tentam matar o alento p’la vida
Para alimentar as tuas feras mais levianas
Rostos sem vergonha e sorridentes
Sugam o suor, sangue e lágrimas das nossas gentes
Que tentam cumprir com as leis dessas mentes insanas

Ai sorriso que te perdeste
Sonho que foste castrado
Pesadelo que não acordas da noite escura
Pela força da máquina que insiste em ver-te fuzilado.




Paula Martins

24/04/2016

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Faz-me tua...






Ama-me e faz-me tua

Molha a minh’alma semi-nua

Num diluvio de prazer

Rasga-me as poucas vestes que envergo

Enquanto no deleite me ergo

À beira mar sobre o teu corpo ao entardecer


Escuta os meus gemidos no rebentamento

Da onda que surge no momento

Em que o teu olhar me diz apaixonada

Deixa fluir todo o nosso encanto

Cobre-me como se fosses um manto

Neste colchão feito de areia molhada


Ah! Como é bom este sentir…

Do saborear da onda que está para vir

Junto da alga mais perfumada

Onde os nossos corpos se fundem em volúpias

Mais flamejantes que as noites de núpcias

Nesta praia onde amei e fui sobejamente amada.


Paula Martins

26/09/2015

Corta-me os pulsos...





Corta-me os pulsos delicadamente
Porque quem ama dor não sente
E de cansaço a noite já vai perdida
São gritos da alma da gente
Que imploram a chama ardente
A quem o outono lhes ceifou a vida

Lava-me o rosto com água cristalina
E os pulsos com o orvalho da matina
Onde borboletas brancas possam pousar
Serei ave de um qualquer jardim
Alfazema, rosa ou jasmim
Onde me possam ouvir p’ra me encontrar

Renascerei do poema nunca lido
Aquele que foi escrito e esquecido
Nunca antes interpretado
Cantarei a vida aos quatro ventos
Sem lamúrias nem lamentos
Ao amor que antes de ser presente já era passado.

Esse teu olhar...





Esse teu olhar que me entontece
Que me penetra mas não esclarece
A essência de tal sentimento
O desejo do caloroso beijo
Tão aguardado p’lo ensejo
Mas que corre tão rápido como o vento

Dedos em pétalas de rosa
Afagam o meu corpo em prosa
E desbravam-me sem pudor
Todos os recantos são cortejados
Pelas tuas mãos navegados
À chegada do beija-flor

Brilham estrelas no firmamento
Num brinde ao esperado momento
Em que as almas se fundiram
Nossos corpos entrelaçados
Por doces beijos deliciados
E p’lo amor que descobriram.

Os meus silêncios...





São os meus silêncios lamentos…
Arrastados pelas correntes e p’los ventos
Em gritos de dor que ecoam o universo
É alma que sangra a toda a hora
Na hemorragia das lágrimas que chora
Abandonadas na folha de um só verso

Estas luzes que o sol apagou
No queixume de quem se magoou
Vibram como cascavéis numa enseada
Trespassam o corpo frágil sem piedade
Ocultam a origem e a verdade
Num silêncio que tanto diz e não diz nada

Percorro todo um caminho perdido
Deambulando e de coração ferido
P’los gritos do silêncio que me acompanha
Com os trajes da mágoa e da saudade
Vou sorrindo pelas ruas da cidade
Como quem se despede de dor tamanha.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Florbela...




Dá-me de beber! Oh Florbela
Embriaga-me na poesia mais bela
Para que eu te possa cantar
Tanto de ti e de ti nada
Mulher poema, mulher desgraçada
Nos trilhos do versejar

Tantas dores te assolaram a vida
Mulher amada mulher sofrida
Nos silêncios da desventura
Ensina-me a amar a saudade
A colher as rosas da inverdade
P’ra matar os espinhos dessa tortura

Florbela, Florbela…
Lágrima esquecida inócua donzela
Coração que teimou em amar, amar, amar
Dessa teimosia foste escrava
Na poesia rosa brava
Como quem colhe sem semear…

Paula Martins

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sonhos roubados...


Quantos silêncios…
Quantas noites mal passadas
Quantas alvoradas tristes
E quantas primaveras castradas

Quanta miséria escondida
Quanta lágrima derramada
Quantos filhos perdidos
E quanta casa desgraçada

Sonhos que foram roubados
Poetas silenciados
Poemas que não foram lidos
A tela que não se viu
A peça que não se aplaudiu…
Arquivo da história dos esquecidos

Oh! Seres que destruís o mundo
E que sepultaste a esperança do povo
Abri as portas à lealdade
Defendei a humanidade
Para que floresça um mundo novo.

Paula Martins


terça-feira, 22 de julho de 2014

Donzela do Sado…



Sardinha fresquinha
De Prata, vivinha
Que o rio nos oferece
Não há outra como ela
Do Sado é a donzela
E a Setúbal enaltece

A saltar vivinhas
Sempre, sempre a brilhar
Parecem luzinhas
Nas canastras a saltar
E os pescadores
São embaixadores
Que te trazem do mar

Sardinha, sardinha
Tu és a alegria
Dos Setubalenses
No prato ou no pão
Comida à mão
A todos tu convences

A saltar vivinhas
Sempre, sempre a brilhar
Parecem luzinhas
Nas canastras a saltar
E os pescadores
São os embaixadores
Que te trazem do mar.

Paula Martins

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Rota perdida...


Oh! mar, que secaste as tuas águas
Onde tantas vezes afoguei mágoas
Num turbilhão de correntes
Deixaste-me agora à deriva
Sem porto e de alma cativa
Vou perdida das minhas gentes

 Deixaste-me um luar apagado
Um sorriso naufragado
E uma tela por pintar
Embarquei no sonho do poeta
E como uma marioneta
Rodopiei para te encontrar

Mas não te vi na imensidão…
E sem rasto de compaixão
Caminhei em rota perdida
E presa ao leme do desespero
Servi lágrimas como tempero
À poesia que me alimentou a vida.

Paula Martins

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Quando eu morrer...






Quando eu morrer…
Que seja morte eternizada
Que os poetas se vistam de memórias
Ficando minh’alma a versos abraçada

Deixo minh'obra inacabada
Com tanto demim e de mim nada
Para que nela possam divagar
São retalhos…ou talvez gotas de vida
De alguém que por sofrer andou perdida
Que nem eu mesma sei decifrar

Quando eu morrer…
Que nasça em mim a alvorada
Que as flores exalem perfumes
Nas páginas onde posso ser encontrada

Tatuei vida nos poemas que escrevi
Com as emoções que senti…
Sorrisos e lágrimas que chorei
Amor, revolta e fantasia
O que vi e senti a cada dia
Nos trilhos deste mundo por onde andei.


Paula Martins

domingo, 6 de abril de 2014

Escreve de mim...




Escreve de mim, oh! Madrugada acordada
A história que o tempo esqueceu
A lágrima que foi derramada
No verso que o poeta perdeu

Mar, luz, fogo ou giesta
Ninho, gruta, raiva e dor
Sentimento, dádiva e festa
Inventa-me hoje e dá-me cor

Penteia-me a vida em quadras
Rima-me em todo o teu esplendor
Num oceano de verdades entrançadas
À subtil escrita por amor

E nas folhas por ti desenhadas
Com palavras de bem saber
Serei das obras mais desejadas
Que um dia a madrugada viu nascer…


Um enigmático burro...



Nasceste Burro, Burro és!
Pseudo inteligentes…e nunca Burros
Se hão-de ajoelhar a teus pés

Deixa falar os que Burros não são
Que zurrem de boca suja e desgraçada!
Enquanto tu meu Burro, falas com o coração
Para burros que não entendem nada

Corre! Burro corre!
Corre e avança de cabeça erguida
De Burro és Vitorioso
E os que Burros não são
Serão sempre uns fracassados na vida!

Não te deixes silenciar meu Burro
Tu de Burro és inteligente
E neste mundo de Xico-espertos
De tão Burro tu és Grande
De tão Burro tu és Gente.

Pássaros feridos...


Algures…no templo dos perdidos
Em terras de ninguém
Cantam pássaros feridos
As dores de quem já nada tem

São cânticos silenciados
Pela luz duma natureza morta
Tão frios e apagados
Como as penas que cada um transporta

São gritos na noite
Da fome que se faz sentir
São Homens encurralados
Contra a força de um menir

Ai maldição que és tão fria
Maldição que foste imposta
A tua chegada foi sombria
Austera e sem resposta

São gritos na noite
Contra a opressão severa
Bandos de pássaros feridos
Desafiam a força da fera.

Sozinha...




Quando tu não estás…
Naufraga em mim tal sentimento
Exalo saudade no momento
E perco-me nas vielas da agonia…
Danço com as palavras que não disseste
Entrego-me ao sentimento que não me deste
E abraço-te por entre lençóis de fantasia…

Faço amor com as memórias sonhadas
À luz das horas desmarcadas
Numa noite em que a lua não acordou
O meu corpo vibra no deleite
E entre gemidos tudo é aceite
Mas por mim nem o um beijo passou

Grito agora aos quatro ventos
Sem rancor nem lamentos
Qual mulher de alma destroçada
Vivo a vida a cada segundo
No palco da vida enfrento o mundo
E das trevas acordo a noite estrelada.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Tempo perdido...







Maldito tempo que não passa…

Tempo que marcou pela desgraça

Ferida que doeu e sangrou…

À noite numa praia deserta

Esperar-te-ei em hora incerta

E dar-te-ei a beber o fel que me matou


Procuro-te na hora escondida

Aquela que te pariu para a vida

E que te deu a corda para correr

Tropeça agora em cada segundo

Para que não tragas mais mal ao mundo

E para que eu possa renascer


Ah! Tempo que andas fugido

Por entre sombras escondido

Mas que um dia te hei-de encontrar

Talvez nas nuances duma tela

Numa escultura singela

Ou num poema por decifrar…


Vem e enfrenta-me agora!

Antes que chegue a aurora

Gritando o amanhecer

Embarca no vento norte

E numa rajada de sorte

Ainda te possa refazer…








Paula Martins

07/09/2013




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Chamem-me louca...

Sou quem fui mas já não sou
A mulher que o vento levou
Sou o resto que de mim ficou…

Vivo em constante procura
Da minha essência, alegria e doçura
Mas há quem lhe chame loucura…

Chamem-me louca…
Que não me importo
Podem rir-se que eu suporto
Critiquem-me que eu aguento
Mas... não ousem tocar-me que eu rebento…

Mantenho a criança que trago em mim
E não sois vós que a vão matar…
Seres impuros que vivem para frustrar
Serei eu o ser mais forte
Pois na ultima tacada deixar-vos-ei sem norte

Parem enquanto é tempo…
Afastem-se porque chegou o momento!
A minha ira é dura e fria
Não olho a meios…
Nem temo qualquer tipo de feitiçaria…

Sou de paz e não de guerra
Vivo de sonhos…mas com os pés na terra
Amo a minha família e amigos
Protejo-os de angústias e quaisquer perigos

As minhas asas acolhem o sofrimento
De quem mais precisa no momento
Mas não aceito hipocrisia
Nem aproximações de velhacaria

Por mais que me queiram destruir
Com a força de Deus irei resistir
Por mais que me queiram matar
Irei sempre ressuscitar

Por mais que me queiram tirar do caminho
Terei sempre à mão o pergaminho
Por mais que me tentem ignorar…
Guardo provas para publicar...

Nesse dia encarnarei de novo em mim
Serei eu mesma e farei um festim
Recuperarei a alegria que outrora perdi
E de novo serei a Mulher que ao mundo sorri…

Paula Martins
06/02/2012


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nas trevas...

Ah! Universo onde me perco
Universo onde só a noite impera
Onde os sonhos se desarmam nas trevas
Na dor somática que me desespera

A noite ataca-me de assalto
E a insegurança está sempre à espreita
Envolve-me de medo e angústia
Enquanto um mar de lágrimas comigo se deita

Como uma ave perdida…
Que se afastou do bando
Necessito estar sozinha
E em pensamentos vou voando

Não sei qual o meu fim
Só sei das muitas tentações
Mas vou lutando todos os dias
Gerindo estas minhas aflições

Sou hoje o oposto de mim
O meu sorriso pereceu
Não controlo os meus estados de alma
Nem sei o que me aconteceu

Sou o cartaz da tristeza
O brilho da alegria que se apagou
Sinto-me estrela cadente
Do negrume que em mim se instalou

Ah! Como eu queria ser quem era
E sair gloriosa desta batalha
Ultrapassar os meus medos e anseios
P’ra me despedir desta minha mortalha...

domingo, 18 de dezembro de 2011

Noite Santa...


É noite…
Há um cheiro de magia no ar
As estrelas estão mais cintilantes
E os sinos não param de tocar

E eu aqui…neste meu quarto…
Na esquina de uma rua qualquer
Tapado com um cobertor de cartão
Na ânsia de um novo amanhecer

Não há ninguém na minha rua
E quem passa parece não me ver
O meu cobertor humedeceu
E meu doente e fraco corpo pede-me comer

Aproxima-se um grupo cantando
Vêm dos lados da Sé
Talvez me tragam uma refeição quente
Devem ser pessoas de Fé

Mas não…
Passaram sem ver
Caminhando numa alegre cantoria…
E não tive o que comer…

Esta noite que já foi minha
Mas hoje não se compadece
E aqueles a quem outrora fiz bem
Nenhum me aparece…

A magia da noite desvaneceu em mim
E alivia-me num plano angelical…
Nesta noite, noite Santa…
E minha ultima Noite de Natal…

sábado, 3 de dezembro de 2011

Chegou ao fim...



Chegou ao fim
Não era p’ra ser assim
Mas tudo acabou
Promessa sentida
D’um sonho de vida
Que o vento levou

Não há mais amor
Culpas ou rancor
É meu o presente
Matei o passado
Levaste o pecado
Já me és indiferente

É tarde demais
Não sinto os teus ais
Nem vou implorar
Já não somos iguais
Eu chorei cristais
Vais ver-me brilhar

Levaste o anel
Deixaste-me o fel
Mas sobrevivi
Queimei as memórias
Saudades inglórias 
Esqueci-me de ti

Ganhei o troféu
Desenhei o meu céu
Vou continuar
Já não estou magoada
Nem de alma fechada
Pronta p’ra amar

É tarde demais
Não sinto os teus ais
Nem vou implorar
Já não somos iguais
Eu chorei cristais
Vais ver-me brilhar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Morte sem rosto...

Hoje o mar veio até mim
E numa vaga de ternura…
Fez-me uma vénia sobre a areia molhada
Lentamente foi-me beijando os pés
E ordenou-me a ficar calada

Gritei em silêncio
Um grito nunca escutado
As águas agitaram-se
Possuindo o meu corpo molhado

Tentei abraçar as águas
Na loucura que me afligia
Mas era em lodo e mágoa 
Que o meu corpo imergia

Procurei luz na minha vida
Mas os meus olhos já não brilhavam
Os meus corais haviam perdido a cor
E só algas vestidas de negro 
Perseguiam a minha dor

Algas sem rosto e sem vida
Com um odor homicida
E punhais de desilusão
Era a morte sem rosto que me visitava
E eu… Mesmo perdida...
Chorava, gritava e lutava...
Partindo as tábuas do meu caixão!


domingo, 9 de outubro de 2011

Cai a noite em mim...


Cai a noite em mim
O luar parece não me querer beijar
A aurora chega tarde e envergonhada
E a vida também já não me quer abraçar

Sonho contigo acordada
Enquanto a noite se agiganta
No sonho a lágrima é derramada
E a dor aperta-me a garganta

Já me vão faltando as palavras
Para descrever o que sinto
As tamanhas dores na alma
Corroem-me o corpo faminto

Esta fogueira que arde
Em chamas no meu sentir
Num amor que dói sem alarde
E que me oferece a morte antes de partir.